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De que se trata a Esquizoanálise?

Letícia Léos

Atualizado: 7 de mar. de 2024

A Esquizoanálise emerge na França após Maio de 68, focando na crítica à cultura ocidental, que se tornava cada vez mais hegemônica devido aos movimentos de globalização. O principal texto fundador da Esquizoanálise é "O Anti-Édipo" de Deleuze e Guattari, publicado em 1972, que propõe uma abordagem materialista da psiquiatria. A esquizoanálise desafia a ideia de um inconsciente individual, buscando entender o inconsciente como produzido pelo meio social e produtor de meios sociais à sua volta, interconectando-se com o mundo e formando as máquinas sociais.


"Mil Platôs," publicado em 1980, expande a esquizoanálise, explorando a relação entre política e existência. A abordagem clínica da esquizoanálise envolve uma análise política dos corpos, considerando gênero, raça e poder como forças que atravessam a subjetividade e moldam o inconsciente. Dentro do contexto analítico, para além da escuta atenta e do acolhimento da história pessoal de cada um, a esquizoanálise busca possibilidades (brechas) para a experimentação e a criação de novas narrativas políticas como uma forma de liberar o inconsciente.


A clínica esquizoanalítica é política, ética, estética e orientada para a experimentação. Ela explora o corpo individual enquanto um espaço político, considera a influência das estruturas sociais e propõe uma ética do cuidado na experimentação dos processos terapêuticos. A Esquizoanálise emerge da necessidade de uma abordagem clínica que vá além da interpretação, priorizando a experimentação e a produção de formas de vida inovadoras. A Esquizoanálise, assim, oferece um paradigma ético-estético-político para a prática terapêutica.

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